Este blog tem como objetivo compartilhar as experiências de um caso real de convivência com um psicopata. Após acompanhar a separação de uma amiga e ouvir seus relatos sobre os dez anos em que ela conviveu com uma pessoa extremamente egocêntrica, egoísta e parasita, comecei a estudar a psicopatia. Lendo muito sobre o assunto, consultando alguns médicos e psicólogos, percebemos juntas que se tratava de um psicopata real.
Foi bastante difícil assimilar tal definição, pois temos aquele estereótipo de que psicopatas são serial killers, assassinos sanguinários. Mas isso é um grande equívoco. Os psicopatas estão entre nós, vivendo como pessoas comuns, e na sua maioria não são criminosos, são apenas pessoas inescrupulosas, reunindo uma série de características que os enquadram em tal transtorno. Entretanto, eles são difíceis de serem detectados, pois a psicopatia é quase que uma anti-patologia.
O transtorno dissocial, como também é conhecida a psicopatia na medicina, pode surgir na infância devido a traumas psicológicos, e ao invés de se fecharem em seus medos, tal como fazem esquizofrênicos e paranóides, os psicopatas criam uma exteriorização elevada, fecham-se para tudo e se tornam pessoas frias e calculistas, incapazes de nutrir qualquer sentimento verdadeiro. Geralmente são pessoas inteligentes, eloquentes e manipuladoras, que podem fingir sentimentos como ninguém, pois apesar de não os sentirem, eles analisam como as outras pessoas os sentem e conseguem imitar muito bem, são excelentes atores.
Baseado nesta pesquisa e no caso desta amiga próxima, escrevi o livro Diálogos - reais - de um Psicopata, e trago as discussões sobre o tema para este blog, com o objetivo de alertar e ajudar outras vítimas sobre o perigo que corremos ao conviver com uma pessoa deste gênero. Eles são predadores sociais, podem devastar uma pessoa psicologicamente e financeiramente, então é preciso estarmos atentos. Desconfie sempre daquelas pessoas que parecem perfeitas demais para ser verdade, que são charmosas demais, falam bonito e parecem estar sempre acima de tudo e de todos. Alguns ditados populares se enquadram perfeitamente nestes casos: "Cuidado com o canto da sereia", "Quando a esmola é demais, o santo desconfia.". Desconfie, sempre.
É preciso entender também que nem todas as pessoas que apresentam uma ou mais características da psicopatia sejam necessariamente um psicopata, mas todos os psicopatas vão apresentar várias destas características. O mais importante é analisar o contexto, o histórico da pessoa e se resguardar nos primeiros sinais de alerta. Seguir a nossa intuição costuma funcionar, mas às vezes os psicopatas conseguem envolver suas vítimas de tal maneira, que elas deixam de acreditar na própria intuição e podem até se sentir culpadas por duvidar de alguém tão perfeito.
Espero, com o livro e com este blog, poder ajudar outras vítimas a se defenderem e a se recuperarem dos traumas causados por um psicopata, bem como alertar para que não sejamos mais vítimas dos psicopatas que andam por aí disfarçados de excelentes namorados, chefes ou amigos.
Sejam todos bem-vindos e estejam à vontade para compartilhar suas experiências, contribuindo para o debate de um tema tão complexo e importante para a saúde mental de todos nós.